BRILHANTE. Foi o que pensei quando via Paris do táxi. Era a primeira vez que a via. Era a primeira vez que estava lá, mas a primeira em presença física, pois Já havia visitado a cidade luz anteriormente de tantas outras formas (através de músicas, filmes, em sonhos, em quadros, em livros…) que seria impossível negar a sensação de (re) conhecimento. Em Paris conheci e reconheci o mundo e a mim mesma: era a primeira vez que pisava em um solo onde a língua falada não era a minha, era a primeira vez que viajava inteiramente sozinha… Foi a primeira vez que vi e senti realmente que o mundo era enorme e que eu era cidadã dele. Foram cinco dias, pouco, é claro, mas pude viver uma vida inteira nesse curto período.

Seine – Foto: Acervo pessoal
Foram tantas sensações, impressões , aromas, cores e sonhos que a sensação de “déjà vu” era tão forte à ponto de doer.
Cheguei no início do inverno, a minha estação favorita e fui embora com a certeza de havia amado Paris e a amaria para sempre onde quer que eu estivesse. A cidade dos poetas, dos boêmios, das Amélies Poulains, dos pintores, das Piafs e de tantos outros me trouxe muitas coisas, coisas com as quais eu não sei lidar sem sofrer pontadas de nostalgia até hoje…
Tenho certeza de que sempre que reencontrar Paris vou ter coisas novas e cada vez melhores para falar sobre a cidade… Porque Paris é cidade para se degustar, apreciar e virar amante. E ser amante é ansiar pelos próximos encontros e reforçar a cada saudade as cores das lembranças.

Les amoureux – Foto: Acervo pessoal
Mas hoje, simplesmente, me contentarei em fazer algumas observações sobre Paris. Em outra ocasião falarei mais…
cause we will always have Paris…
(Sempre sonhei em dizer isso, hahahaha) s2
Eis aqui:
– O metrô parisiense é mágico, são cerca de 20 linhas (acho que é isso) que se cruzam e que te levam até pra Nárnia! Alegria, alegria!

Acervo Pessoal
– Gostei mais da Rive Droite que da Rive Gauche e estou cultivando um grande amor pelo 9éme que só vendo!
– Paris é uma cidade plana (sou de BH e BH é a cidade dos morros)! Que alegria… Pelo menos os lugares onde fui eram planos (com exceção de Montmartre). Podia andar léguas e não sofria. Novamente, alegria, alegria!
– A Torre Eiffel é divina, mas não me fez chorar. Montmartre me fez chorar. Parece que voltei no tempo e achei algo muito precioso que havia perdido. O entardecer, visto das escadarias que levam à Igreja Sacré-Coeur parecia uma tela em tons de rosa, azul e lilás…

Vista das escadarias de Montmartre
– Fiquei impressionada até com os pedintes de Paris: eles te pedem dinheiro, você diz não e eles respondem “c’est pas grave madame… Bonne journée a vous!”
– É uma cidade hiper cosmopolita. Vc encontra pessoas de TODO O MUNDO. (norte-americanos, russos, italianos, libaneses, ingleses, marroquinos, indianos, angolanos, chineses…)
– E os asiáticos ? Os asiáticos são alucinados por Paris. E por compras. Onde acham tanto dinheiro!?
– Não vi um ser humano mal-vestido (nem os pedintes). Corrobora minha tese sobre a existência de um gene do bom gosto no francês, notadamente no parisiense.
– O Louvre é muito grande para um só dia de visita…
– Realmente amo inverno. Nem vou enumerar as vantagens da estação porque quem gosta de calor vai continuar gostando e quem gosta de frio também… Só digo: Paris no inverno parece uma tela…

– Amei a arquitetura da cidade.

– Amei os parques, praças e jardins.
– Franceses falam inglês sim!!! Em todos os pontos turísticos eu via funcionários falando inglês e até espanhol. Em farmácias, supermercados e grandes lojas também! E eles não ficavam incomodados de falar inglês não, contrariamente ao que reza a lenda.
– Inclusive, eles ficavam tão animados falando inglês que até eu falando “en français s’il vous plait”, alguns insistiam em falar inglês comigo. (Poxa, meu francês dá pro gasto, meu povo!)
– Em nível de Brasil, os parisienses me remetem aos Paulistanos!
– Já falei que eles se vestem bem?
– Paris une o antigo com o moderno de uma forma absurdamente harmônica.
– Só não gostei da água. Só comprei mineral e achei o gosto muito diferente. Seriam mais minerais?
– Moraria em Paris.
Voilà…

E passaria as tardes de domingo numa sacada como esta…