Non, je ne regrette rien…

Não, não me arrependo de nada, só de algumas coisas. É o nome de uma das mais célebres músicas gravadas por Edith Piaf, cuja letra é de autoria de Michel Vaucaire e cuja melodia fora composta por Charles Dumont. Edith gravou “Non, je ne regrette rien” em 1960, apenas três anos antes de sua morte. Logo ao ouvir a melodia e a letra de Michel Vaucaire, Edith identificou-se imediatamente com a música, pois a considerava “sua história de vida”.

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La petite Edith (sim, ela tinha 1,42 m de altura)

Edith Giovanna Gassion, nasceu em Paris, em 19 de dezembro de 1915. Filha de um artista circense e de uma cantora de rua, Edith teve uma infância difícil e marcada por abandono e separações. Foi deixada por sua mãe na casa de sua avó materna, mas Edith, não recebendo os cuidados adequados a uma criança, foi resgatada por seu pai que a levou para morar em um bordel de propriedade de sua avó paterna.

Alguns anos depois, seu pai retorna para buscá-la. Edith começa a cantar em público pela primeira vez em uma das apresentações de seu pai e desde então não para mais. Edith teve uma única filha, Marcelle, mas jamais pode cuidar da criança, pois Edith precisava sair para cantar. Marcelle morreu ainda criança…

Edith teve bons amigos, que a acompanharam durante quase toda vida e também muitos amores: apaixonou-se por Marcel Cerdan, mas o perdeu em um acidente de avião e casou-se depois da morte de Marcel, duas vezes. Tornou-se dependente de medicamentos e de álcool e foi pouco a pouco perdendo sua frágil saúde até a sua prematura morte aos 47 anos. O filme “La môme” ou em português “Piaf, um hino ao amor”, retrata a vida de Edith com emoção e fidelidade. Vale a pena ver. Especialmente porque a linda da Marion Cotillard faz Edith Piaf.

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Marion Cottilard ♥

Edith, e todos nós, acredito, temos motivos para nos arrepender de algo. Todos nós temos males que nos fizeram, mas também temos pessoas queridas que nos fizeram muito bem. O passado precisa ser varrido do agora para não mais pesar em nossos ombros e para ceder lugar ao amanhã, que anseia por vir. Mágoas são muito pesadas para levarmos conosco. E a gente precisa de tempos em tempos, simplesmente… repartir à zero (recomeçar do zero)!

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Marion Cotillard como Edith Piaf

Non, Rien de rien. Non, je ne regrette rien

Não, nada de nada. Não, não me arrependo de nada.

Ni le bien qu’on m’a fait ni le mal.

Nem o bem que me fizeram, nem o mal.

Tout ça m’est bien égal !

Tudo isso para mim é igual!

Non, Rien de Rien.

Não, nada de nada.

Non, Je ne regrette rien.

Não, não me arrependo de nada.

C’est payé, balayé et oublié.

Está pago, varrido e esquecido.

Je me fous du passé.

Eu não ligo para o passado

Avec mes souvenirs,

Com minhas lembranças,

J’ai allumé le feu.

Eu acendi o fogo.

Mes chagrins, mes plaisirs.

Minhas mágoas, meus prazeres.

Je n’ai plus besoin d’eux.

Eu não preciso mais deles.

Balayé les amours

Varridos os amores

Avec les trémolos.

Com os tremores.

Balayé pour toujours.

Varridos para sempre

Je repars à zéro.

Recomeço do zero.

Non, Rien de rien.

Não, nada de nada.

Non, je ne regrette rien

Não, não me arrependo de nada.

Ni le bien qu’on m’a fait ni le mal.

Nem o bem que me fizeram, nem o mal.

Tout ça m’est bien égal !

Tudo isso para mim é igual!

Non, Rien de rien.

Não, nada de nada.

Non, je ne regrette rien

Não, não me arrependo de nada.

Car ma vie, car mes joies aujourd’hui,

Pois minha vida, minhas alegrias hoje,

Ça commence avec toi !

Começam contigo!

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